domingo, 13 de outubro de 2013

Entre Páginas: A Batalha do Labirinto, de Rick Riordan [Opinião]


Autor: Rick Riordan

Editor: Casa das Letras

Edição: Maio de 2012

Colecção: Percy Jackson

Páginas: 376

Formato: Capa mole

Título original: The Battle of the Labyrinth



Sinopse:
Percy está prestes a começar o ano lectivo numa nova escola. Ele já não esperava aque essa experiência fosse muito agradável, mas quando teve que enfrentar uma esquadrão de líderes de claque tão esfomeadas quanto demoníacas, imediatamente se apercebeu de que tudo podia ficar muito pior.
Neste quarto volume da série Percy Jackson, o tempo está a esgotar-se a a batalha entre os Deuses do Olimpo e Cronos, o Senhor dos Titãs, está cada vez mais próxima. Mesmo o acampamento dos meio-sangues, o porto seguro dos heróis, torna-se vulnerável à medida que os exércitos de Cronos se preparam para atacar as suas fronteiras, até então impenetráveis.
Para detê-los, Percy e os seus amigos semideuses partirão numa jornada pelo Labirinto - um interminável universo subterrâneo que, a cada curva, revela as mais temíveis surpresas.

Opinião:
Antigo professor de Inglês e Estudos Sociais, Richard Russel Riordan Jr, mais conhecido como Rick Riordan, é hoje um bem sucedido escritor e autor de multi-premiados livros de literatura juvenil. Nascido e criado em San Antonio, no Texas, foi com uma série de mistério para adultos que Riordan se estreou no mundo editorial. A partir dessa altura, não tem parado por um só momento e todos os anos publica pelo menos mais uma obra.

No entanto, foi em 2005 que Rick Riordan viria a publicar o seu mais famoso título até à data: The Lightning Thief (Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo), o primeiro volume numa série de cinco. Inspirada pelos dois filhos do escritor, esta série segue as aventuras e desventuras de Percy Jackson, um pre-adolescente de 12 anos, que descobre ser filho de um deus grego, mais propriamente Poseidon. Há medida que os livros avançam, também assim avançam os anos, e Percy vai crescendo e conquistando o seu lugar neste universo mitológico.

Com uma trilogia baseada em mitologia egípicia (The Kane Chronicles) e com uma outra série sobre mitologia nórdica a ser desenvolvida, foi sem dúvida na mitologia grega que Riodan encontram o seu Santo Graal. Depois de Percy Jackson and the Olympians, chegou às livrarias o seu spin-off. The Heroes of Olympus, outra série de cinco livros cujo enredo nos volta a trazer Percy e companhia, desta vez a explorarem as tangentes entre os deuses gregos e romanos.

No entanto, não podemos esquecer as origens, e para isso voltemos a nossa atenção para A Batalha do Labirinto. Neste volume encontramos Percy novamente a braços com uma situação caótica. Primeiro descobriu que era um semideus e que Zeus o queria matar por estar convencido que Percy lhe tinha roubado o seu poderoso raio; no ano seguinte, foi transformado por Circe num porquinho-da-índia e quase morreu às mãos de um Ciclopes em pleno Mar dos Mortos. Ou, para nós simples mortais, aquilo que conhecemos como o Triângulo das Bermudas. Uns meses depois e, quando dá conta, Percy está literalmente a carregar o peso do mundo aos ombros quando o Titã Atlas, amaldiçoado a carregar o céu às costas para impedir que ele se abata contra a terra, força outros a substituí-lo.

O que podemos então esperar que acontece neste quarto livro? Aventura, acção e adrenalina são as palavras de ordem. Percy, Annabeth, Grover e Tyson partem numa viagem que os levará ao mítico Labirinto que um dia abrigou o Minotauro. Com o acampamento dos meio-sangues em risco de ser atacado pelo fiél exército demoníaco de Cronos, é necessário que Percy e os seus amigos encontrem uma maneira de não permitir que Luke, semideus que um dia foi amigo de Annabeth, consiga obter o fio de Ariadne, único instrumentos conhecido que permite encontrar a saída do Labirinto, uma vez que é através de uma dessas saídas que Cronos pretende atacar o acampamento e dizimar todos os descendentes divinos.

Narrado num ritmo rápido, com novos desenvolvimentos ao virar de cada página, A Batalha do Labirinto revela-se uma leitura simples, ainda que interessante no que aos detalhes históricos e mitológicos diz respeito. Rick Riordan conseguiu, sem dúvida, encontrar uma maneira bastante criativa de explorar assuntos que de outro modo poderiam ser considerados aborrecidos, especialmente para o público alvo destes livros. A mim, que sou fascinada por todas estas temáticas, permitiu-me descobrir um modo leve de rever e aprofundar conhecimentos.

Ainda assim, há pontos menos positivos a apontar à escrita do autor. Usando abundantemente uma escrita de carácter expositivo, nota-se que tal não permite uma total empatia quer com os personagens como com determinadas situações pois nos é negado um lado mais emocional e descritivo da narrativa. Inicialmente, pensei tratar-se de uma opção estilística do escritor para ter em consideração a maioria dos seus leitores infantis, cuja propensão para perder interesse é notoriamente maior do que a de um leitor mais desenvolvido. No entanto, é possível apercebermo-nos que a linguagem e o estilo de narração se mantêm imutáveis ao longo de todos os volumes da série, algo que penso que não deveria necessariamente acontecer. À medida que Percy vai ganhando maturidade, acredito que o mesmo deveria acontecer a nível da escrita. Infelizmente, tal não acontece, o que acaba por prejudicar um pouco a história, que perde em detalhes e riqueza.

No geral, Percy Jackson e A Batalha do Labirinto é uma leitura agradável e que consegue deixar o leitor curioso por ler mais, facto maioritariamente devido à magia que a mitologia empresta ao enredo, e pode considerar-se um bom ponto de partida para as leiturass dos mais novos. Para os mais velhos, não se apresenta propriamente desafiante, mas proporciona umas horas bem passadas na companhia de personagens dos quais é impossível não gostar.

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