quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Da Página ao Ecrã: Produção de "A Cidade das Cinzas" recomeça em 2014


Há novidades no mundo dos Caçadores de Sombras! Segundo o The Hollywood Reporter, a Constantin Film irá recomeçar a produção de Os Instrumentos Mortais: Cidade das Cinzas já em 2014. Depois de no passado mês de Setembro ter sido anunciado pela produtora que a produção do segundo filme baseado na série de Cassandra Clare iria sofrer uma pausa por tempo indeterminado, chegam agora notícias animadoras.

"A Constantin irá continuar com as adaptações da franchise de Cassandra Clare e planeia recomeçar a produção do segundo filme da série, Os Instrumentos Mortais: Cidade das Cinzas, no próximo ano."

Segundo o artigo, Martin Moszkowicz fez notar o apoio e dedicação da base de fãs da série e garante que a Constatin Film está determinada em levar a avante as adaptações.

"A resposta dos fãs, desde a blogosfera aos milhares de emails que recebemos, encorajaram-nos a avançar com o projecto. Têm sido muitíssimo positivos, ao contrário do que aconteceu com outras produções Young Adult"

Moszkowicz referiu ainda que os resultados de bilheteira de Cidade dos Ossos rondam actualmente cerca de 100 milhões de dólares, tendo o filme estreado apenas este mês em alguns países, nomeadamente na França. Enquanto que tal quantia se encontra ligeiramente abaixo das expectativas iniciais da produtora, este valor representa, ainda assim, o melhor resultado atingido por qualquer outra produção do mesmo género este ano. A equipa promete trabalhar de modo a tentar perceber o que correu mal e melhorar o que for necessário na produção de Cidade das Cinzas.

"Estamos a analisar o que fizemos de errado com o primeiro filme, particularmente em relação ao seu posicionamento no mercado e respectiva campanha publicitária, e que mudanças terão que ser feitas. Estamos a trabalhar com um excelente grupo de pessoas para redireccionar a franchise. Os leitores da série são mais velhos do que aquilo que se possa pensar. Esse pode ter sido um erro na nossa campanha, o focarmo-nos demasiado numa faixa etária muito jovem"

Igualmente de fazer notar é a disponibilidade que a Constantin Film demonstra em levar o tempo necessário para corrigir os erros que podem ter sido feitos também a nível do próprio filme como adaptação e não apenas como produto independente. 

"Para além de estudar os nossos erros de marketing, a Constatin irá reavaliar o filme para ver se será necessário fazer mudanças em termos de guião, casting ou estilo na produção de Cidades das Cinzas"

A própria Cassandra Clare aliás, havia referido que o primeiro rascunho do guião em muito diferia do material original contido no livro e demonstrou o seu apoio perante a decisão de pausar a produção para que esses aspectos técnicos pudessem ser revistos.

Certeza para já, é a participação de Sigourney Weaver neste segundo filme da franchise como Insquisidora Herondale. Com grandes nomes a juntarem-se ao elenco, espera-se que a adaptação de Cidade das Cinzas posso vir a atingir um maior potencial que a sua antecessora.

Ficamos a aguardar mais notícias!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Da Página ao Ecrã: Canal Starz quer sequela de "The White Queen"


Adaptada por Emma Frost a partir de uma combinação dos romances A Rainha Branca, A Rainha Vermelha e A Filha do Conquistador, a mini-série The White Queen foi uma co-produção por parte da BBC e do canal norte-americano Starz exibida em ambos os países este ano, tendo o seu último episódio ido para o ar apenas este fim de semana nos Estados Unidos. Devido a audiências não muito satisfatórias e críticas negativas por terras de Sua Majestade, a BBC decidiu manter o formato de mini-série e não avançar com uma renovação que poderia eventualmente levar ao ecrã os dois seguintes livros na série de Phillipa Gregory.

No entanto, a imprensa britânica adianta agora que o canal Starz está em negociações com a Company Pictures, produtora da mini-série, para encomendar por sua própria conta e risco a produção de The White Princess, título da obra que dá continuação ao enredo que nos foi dado a conhecer em The White Queen.


Ao contrário do que aconteceu no Reino Unido, The White Queen teve uma boa recepção nos Estados Unidos, onde a imprecisão de certos pormenores da história não foi tão altamente levada em conta. Segundo representantes do Starz, a mini-série conseguiu conquistar uma boa média de audiência entre o público feminino, público-alvo do qual o canal Starz é carente, visto apresentar uma maior quantidade de programas voltados para o público masculino.

Se as negociações forem bem sucedidas, o canal Starz espera poder adaptar The White Princess por si só, sem as restrições colacadas a The White Queen devido à condensação de três livros em apenas uma mini-série, e estreá-la já para o ano que vem.

Por cá, enquanto aguardamos mais notícias em relação a possíveis adaptações, esperamos também pela publicação deste quinto título da série A Guerra dos Primos. Talvez também tenhamos boas notícias em breve por parte da Civilização Editora!

E vocês, o que acham destas novidades?

domingo, 20 de outubro de 2013

Entre Páginas: Shadowfell, de Juliet Marillier [Opinião]


Autor: Juliet Mariller

Editor: Planeta

Edição: Novembro de 2012

Colecção/Série: Shadowfell

Páginas: 381

Formato: Capa mole

Título original: Shadowfell



Sinopse:
Na terra de Alban, onde o jogo tirânico de Keldec reduziu o mundo a cinzas e terror, a esperança tem um nome que só os mais corajosos se atrevem a murmurar: Shadowfell. Diz a lenda que aí se refugia uma força rebelde que lutará para libertar o povo das trevas e da opressão.
E é para lá que se dirige Neryn, uma jovem de dezasseis anos que detém um perigoso Dom Iluminado: o dom de comunicar com os Boa Gente e com as criaturas que vivem nas profundezas do Outro Mundo. Seá Neryn forçada a fazer esta perigosa viagem sozinha? Ou deverá antes confiar na ajuda de um misterioso desconhecido cujos verdadeiros desígnios permanecem por esclarecer?
Perseguida por um império decidido a esmagá-la e sem saber em quem pode confiar, Neryn acabará por descobrir que a sua viagem é um teste e a chave para a salvação do reino de Alban pode estar nas suas próprias mãos.

Opinião (Patrícia):
De há vários anos a esta parte que a neozelandesa Juliet Marillier se tornou um nome sonante no que toca à fantasia histórica. Muitas vezes comparada a Marion Zimmer Bradley, Marillier tem um vasto currículo que se estende desde as salas de aula, nas quais ensinava música, aos palcos das óperas nas quais cantou.

Com dezassete títulos publicados até hoje, foi em 1999 que o seu talento como escritora foi dado a conhecer ao mundo através de A Filha da Floresta, o primeiro volume da sua aclamada série Sevenwaters. Desde essa altura, não parou um único dia, nem mesmo quando em 2009  foi diagnosticada com cancro da mama. De todas as suas obras, apenas uma não se encontra traduzida na nossa língua: Prickle Moon, uma colectânea de contos sobre as mais variadas mitologias e contos de fadas.

Ainda assim, Shadowfell, o primeiro livro da mais recente série da autora, pode ser considerado o seu novo grande sucesso. Depois de uma mais difícil leitura da saga das Ilhas Brilhantes, foi com um pouco de receio que iniciei este novo livro. No entanto, este acabou por se revelar o oposto de O Filho de Thor e A Máscara da Raposa e uma óptima surpresa.

Neste livro ficamos a conhecer Neryn, uma jovem com um dom especial , num mundo em que pessoas como ela são perseguidas incessantemente. Sem outra família que não o seu pai, Neryn vê-se, de um momento para o outro, entregue a um estranho no qual não sabe se pode ou não confiar. Flint, esse mesmo estranho, é desde o início um enigma que lentamente vai sendo desvendado; é forte e, por vezes, até um pouco bruto, mas consegue ser também meigo e protector. E é com ele que Neryn inicia uma perigosa viagem por terras de Alban; uma viagem rumo ao seu destino, repleta de surpresas, alguns perigos e muita magia, bem ao género de Marillier.

Uma leitura fácil e agradável, em muito me recordou a série Sevenwaters, de longe a minha preferida desta autora. Várias foram as vezes em que quase esperei ver o nome Sorcha em vez de Neryn. Um livro que nos encanta do princípio ao fim, portanto, tal como Juliet Mariller já nos tem vindo a habituar. Recomendo, sem dúvida, e aguardo com muita curiosidade a publicação do segundo livro da série.

Um é pouco, três é demais

Hoje tenho uma novidade para vos dar ! Depois de uns dias sem novas publicações, o blog vai voltar ao activo com um novo membro. Pois é, o Mundo de Papel vai passar a ser gerido a duas. Porque se um é pouco e três é demais, dois tem que ser a perfeição, certo?


Apresento-vos a Patrícia (à esquerda) e o emplastro (eu, Lóide, à direita). Não estamos tão chiques? Um brinde a todos!

domingo, 13 de outubro de 2013

Entre Páginas: A Batalha do Labirinto, de Rick Riordan [Opinião]


Autor: Rick Riordan

Editor: Casa das Letras

Edição: Maio de 2012

Colecção: Percy Jackson

Páginas: 376

Formato: Capa mole

Título original: The Battle of the Labyrinth



Sinopse:
Percy está prestes a começar o ano lectivo numa nova escola. Ele já não esperava aque essa experiência fosse muito agradável, mas quando teve que enfrentar uma esquadrão de líderes de claque tão esfomeadas quanto demoníacas, imediatamente se apercebeu de que tudo podia ficar muito pior.
Neste quarto volume da série Percy Jackson, o tempo está a esgotar-se a a batalha entre os Deuses do Olimpo e Cronos, o Senhor dos Titãs, está cada vez mais próxima. Mesmo o acampamento dos meio-sangues, o porto seguro dos heróis, torna-se vulnerável à medida que os exércitos de Cronos se preparam para atacar as suas fronteiras, até então impenetráveis.
Para detê-los, Percy e os seus amigos semideuses partirão numa jornada pelo Labirinto - um interminável universo subterrâneo que, a cada curva, revela as mais temíveis surpresas.

Opinião:
Antigo professor de Inglês e Estudos Sociais, Richard Russel Riordan Jr, mais conhecido como Rick Riordan, é hoje um bem sucedido escritor e autor de multi-premiados livros de literatura juvenil. Nascido e criado em San Antonio, no Texas, foi com uma série de mistério para adultos que Riordan se estreou no mundo editorial. A partir dessa altura, não tem parado por um só momento e todos os anos publica pelo menos mais uma obra.

No entanto, foi em 2005 que Rick Riordan viria a publicar o seu mais famoso título até à data: The Lightning Thief (Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo), o primeiro volume numa série de cinco. Inspirada pelos dois filhos do escritor, esta série segue as aventuras e desventuras de Percy Jackson, um pre-adolescente de 12 anos, que descobre ser filho de um deus grego, mais propriamente Poseidon. Há medida que os livros avançam, também assim avançam os anos, e Percy vai crescendo e conquistando o seu lugar neste universo mitológico.

Com uma trilogia baseada em mitologia egípicia (The Kane Chronicles) e com uma outra série sobre mitologia nórdica a ser desenvolvida, foi sem dúvida na mitologia grega que Riodan encontram o seu Santo Graal. Depois de Percy Jackson and the Olympians, chegou às livrarias o seu spin-off. The Heroes of Olympus, outra série de cinco livros cujo enredo nos volta a trazer Percy e companhia, desta vez a explorarem as tangentes entre os deuses gregos e romanos.

No entanto, não podemos esquecer as origens, e para isso voltemos a nossa atenção para A Batalha do Labirinto. Neste volume encontramos Percy novamente a braços com uma situação caótica. Primeiro descobriu que era um semideus e que Zeus o queria matar por estar convencido que Percy lhe tinha roubado o seu poderoso raio; no ano seguinte, foi transformado por Circe num porquinho-da-índia e quase morreu às mãos de um Ciclopes em pleno Mar dos Mortos. Ou, para nós simples mortais, aquilo que conhecemos como o Triângulo das Bermudas. Uns meses depois e, quando dá conta, Percy está literalmente a carregar o peso do mundo aos ombros quando o Titã Atlas, amaldiçoado a carregar o céu às costas para impedir que ele se abata contra a terra, força outros a substituí-lo.

O que podemos então esperar que acontece neste quarto livro? Aventura, acção e adrenalina são as palavras de ordem. Percy, Annabeth, Grover e Tyson partem numa viagem que os levará ao mítico Labirinto que um dia abrigou o Minotauro. Com o acampamento dos meio-sangues em risco de ser atacado pelo fiél exército demoníaco de Cronos, é necessário que Percy e os seus amigos encontrem uma maneira de não permitir que Luke, semideus que um dia foi amigo de Annabeth, consiga obter o fio de Ariadne, único instrumentos conhecido que permite encontrar a saída do Labirinto, uma vez que é através de uma dessas saídas que Cronos pretende atacar o acampamento e dizimar todos os descendentes divinos.

Narrado num ritmo rápido, com novos desenvolvimentos ao virar de cada página, A Batalha do Labirinto revela-se uma leitura simples, ainda que interessante no que aos detalhes históricos e mitológicos diz respeito. Rick Riordan conseguiu, sem dúvida, encontrar uma maneira bastante criativa de explorar assuntos que de outro modo poderiam ser considerados aborrecidos, especialmente para o público alvo destes livros. A mim, que sou fascinada por todas estas temáticas, permitiu-me descobrir um modo leve de rever e aprofundar conhecimentos.

Ainda assim, há pontos menos positivos a apontar à escrita do autor. Usando abundantemente uma escrita de carácter expositivo, nota-se que tal não permite uma total empatia quer com os personagens como com determinadas situações pois nos é negado um lado mais emocional e descritivo da narrativa. Inicialmente, pensei tratar-se de uma opção estilística do escritor para ter em consideração a maioria dos seus leitores infantis, cuja propensão para perder interesse é notoriamente maior do que a de um leitor mais desenvolvido. No entanto, é possível apercebermo-nos que a linguagem e o estilo de narração se mantêm imutáveis ao longo de todos os volumes da série, algo que penso que não deveria necessariamente acontecer. À medida que Percy vai ganhando maturidade, acredito que o mesmo deveria acontecer a nível da escrita. Infelizmente, tal não acontece, o que acaba por prejudicar um pouco a história, que perde em detalhes e riqueza.

No geral, Percy Jackson e A Batalha do Labirinto é uma leitura agradável e que consegue deixar o leitor curioso por ler mais, facto maioritariamente devido à magia que a mitologia empresta ao enredo, e pode considerar-se um bom ponto de partida para as leiturass dos mais novos. Para os mais velhos, não se apresenta propriamente desafiante, mas proporciona umas horas bem passadas na companhia de personagens dos quais é impossível não gostar.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Da Página ao Ecrã: Emma, de Jane Austen

Olhando para o título deste post, provavelmente toda a gente sabe de que livro estou a falar, certo? Mas, em todo o caso, aqui ficam alguns pequenos dados sobre ele para refrescar a memória: considerado um clássico da literatura, Emma é o quatro romance da autoria de Jane Austen. A premissa desta obra fala-nos sobre a arrogância juvenil e sentimentos mal interpretados, especialmente sentimentos românticos. A sua protagonista, Emma Woodhouse, é uma personagem capaz de levar os leitores a extremos: tanto é profundamente amada por uns, como abertamente odiada por outros. E, mais um vez, Austen explora com maestria as vidas femininas das classes altas da época da Regência inglesa.

Bastantes pontos a favor da obra, na minha opinião, não vos parece? Pois a verdade é que a sétima arte tem vindo a concordar com isso mesmo e, ao longo de várias décadas, muitas têm sido as adaptações deste livro que nos foram chegando ao ecrã e aos palcos. Até à data, a produção cinematográfica mais recente data de 2010. Dá pelo nome de Aisha e é uma versão indiana e modernizada do romance de Austen. No que toca ao pequeno ecrã, a mais recente produção chegou-nos em 4 episódios pela mão da BBC, já famosa pelas suas excelentes adaptações de clássicos e outros romances de época, e é, na verdade, a minha adaptação favorita até hoje. Já pelo mundo do teatro, Emma voltou a pisar os palcos ainda no ano passado através das interpretações da companhia do Absolutely Fabulous Theatre Connection, em Sao Wan Ho, Hong Kong.

No entanto, foi apenas este ano e, aliás, esta semana, que Emma foi levado a um outro nível: a internet. Produzida por Hank Green e Bernie Su, criadores de The Lizzie Bennet Diaries (webseries vencedora de um Emmy este ano e da qual já vos tinha falado anteriormente durante a tag Aniversário Literário), Emma Approved é a mais recente tentativa de trazer a obra de Jane Austen de novo à vida de espectadores e leitores de todo o mundo. Com apenas ainda 2 episódios disponíveis online, é ainda cedo para formar uma opinião sólida a respeito desta adaptação, mas posso afirmar que tenho boas expectativas. Do que vi, gostei bastante e, como tal, achei que seria uma boa ideia partilhar com vocês. Os episódios são pequenos e apenas vos gastam entre 5 a 10 minutos duas vezes por semana, por isso penso que a falta de tempo não será um factor contra assistirem à série. E, já agora e mais uma vez, recomendo também The Lizzie Bennet Diaries e Sanditon.

Deixo-vos com o primeiro episódio de Emma Approved:


Viram? Gostaram? Digam de vossa justiça! E se quiserem ver o segundo episódio, basta clicarem na hiperligação que deixei acima; leva-vos directamente ao canal da série no Youtube.

Ah, e claro, se começarem a seguir a série (ou mesmo The Lizzie Bennet Diaries ou Sanditon), vão partilhando as vossas opiniões!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Entre Páginas: Clockwork Princess, de Cassandra Clare [Opinião]

Autor: Cassandra Clare

Editor: Walker Books Ltd.

Edição: Março de 2013

Colecção: The Infernal Devices

Páginas: 576

Formato: Capa mole

Título em português: Princesa Mecânica (a 25 de Outubro nas livrarias, pela Planeta)



Sinopse: 
Tessa Gray should be happy - aren't all brides happy? Yet as she prepares for her wedding, a net of shadows begins to tighten around the Shdowhunters of the London Institute.
A new demon appears, one linked by blood and secrecy to Mortmain, the man who plans to use his army of pitiless automatons, the Infernal Devices, to destroy the Shadowhunters. Mortmain needs only one last item to complete his plan. He needs Tessa. And Jem and Will, the boys who lay equal claim to tessa's heart, will do anything to save her.


Opinião: 
Mundialmente conhecida como Cassandra Clare, e carinhosamente apelidada de Cassie, Judith Rumelt é, no entanto, o verdadeiro nome da aclamada autora de fantasia urbana juvenil. Nascida na província iraniana do Teerão em 1973, é filha de um professor e escritor e neta de um produtor de cinema.

Foi em 2004, inspirada pela sua mudança para Nova Iorque e aborrecida com o seu emprego em revistas de entretenimento e fofocas, que Cassandra começou a trabalhar naquela que viria a tornar-se a sua primeira obra publicada: City of Bones (A Cidade dos Ossos), o primeiro volume do que é actualmente uma série de seis livros, da qual o último chegará às livrarias em Maio de 2014. The Mortal Instruments (Caçadores de Sombras) depressa se tornou um sucesso de vendas por todo o mundo, o que possibilitou à escritora a oportunidade de expandir o universo fantástico que tinha criado. E assim nasceu The Infernal Devices (As Origens), trilogia prequela da série original de Clare, de cujo o livro Clockwork Princess (Princesa Mecânica) marca o final.

E se The Mortal Instruments nos dá a conhecer a azáfama de Nova Iorque, The Infernal Devices leva-nos até à elegância de uma Londres victoriana. Mas não pensem por isso que as ligações entre ambas as séries serão escassas ou mesmo nulas; não o são, de todo. Estes são, na verdade, os livros ideias para ficar a conhecer as raízes de muita do que é a cultura dos Caçadores de Sombras da actualidade.

Em Clockwork Princess, Tessa Gray, a nossa protagonista nova-iorquina, há vários meses desembarcou em Londres e, por entre voltas e reviravoltas, começou a criar para si uma nova família no seio do Instituto londrino. Está, aliás, prestes a dar um importante passo na sua vida e a subir ao altar. No entanto, a situação está longe de ser a ideal. Mortmain, o maior inimigo dos Caçadores de Sombras até à data, continua a planear a sua vingança contra toda a comunidade Nephilim e Tessa é a peça mais importante nesse jogo. Jem, o noivo de Tessa, continua extremamente doente e sem sinais de cura à vista. E, para piorar a situação, Will, o melhor amigo e parabatai de Jem, confessou estar igualmente apaixonado por ela, deixando-a numa posição complicada no que às suas relações pessoais diz respeito.

Mas isto é apenas a premissa inicial...Com o desenrolar deste que é, na minha opinião, o melhor trabalho de Cassandra até à data, somos levados numa viagem repleta essencialmente de descobertas. Ainda que seja capaz de lhe apontar algumas pequeníssimas falhas, nomeadamente no que diz respeito ao ritmo da narrativa em certos pontos da obra, foi com grande satisfação que li este livro. Com um estilo de escrita consistente e, acima de tudo, emocional, a autora explora magistralmente uma teia de sentimentos e relações que se vão formando, e aprofundando, e que dificilmente poderiam ter um melhor desfecho. E é este, indubitavelmente, o ponto forte de Clare: as dinâmicas interpessoais que tão bem cria. É por tal que, mesmo quando o enredo em si sofre algum mínimo descuido, a relação do leitor com a obra não é muito abalada. Faço notar, aliás, uma das melhores e mais fortes amizades sobre as quais já tive o prazer de ler: Will e Jem. Muitas vezes, especialmente neste género literário, muito do foco acaba por ser dado exclusivamente ao romance, deixando de lado sentimentos de outras naturezas. A fraternidade existente entre estes dois personagens é tocante e enternecedora e, por várias vezes ao longo deste livro, causadora de lágrimas.

Mas não se preocupe quem prefere que a acção tenha prevalência sobre a emoção: há demónios, e lobisomens, e engenhocas automatizadas, e as respectivas lutas com cada uma das espécies em dose suficiente para agradar até ao leitor mais céptico. Mistérios são desvendados, puzzles completados, e a adrenalina corre livremente pelas centenas de páginas deste livro. Se estás curioso por saber o que faz de Tessa uma espécie tão peculiar, ou por descobrir qual a resolução para do impasse entre os três protagonistas, ou até mesmo apenas curioso por desvendar de que maneira é que certos artefactos dos Caçadores de Sombras chegaram até aos dias de hoje, este é o livro a não perder. Todas as respostas a estas questões são dadas em Clockwork Princess, cujo o desfecho nos chega através de um prólogo tão bem conseguido que é capaz de fazer algo nem sempre visto: deixar-nos com questões não sobre a trilogia a que pertence, mas sim sobre a série que cronologicamente a procede. O que significa que provavelmente também não irão querer perder City of Heavenly Fire para o ano que vem. A meu ver, uma boa jogada estratégica por parte da escritora.

Recomendo, sem dúvida!

sábado, 5 de outubro de 2013

Da página ao ecrã: A Culpa é das Estrelas, The Maze Runner e A Rapariga que Roubava Livros

E há novidades acabadas de sair da forja no que toca ao universo cinematográfico, em particular dentro do mundo das adaptações!

Como devem saber, os próximos meses estão repletos das chegadas ao grandes ecrã de alguns dos mais adorados livros por todo o mundo. Da minha parte, o entusiasmo é grande em relação à maioria deles, e portanto quero partilhar as notícias convosco. "E quais são elas?", perguntam vocês. Pois aqui as têm:

  • The Fault in Our Stars (A Culpa é das Estrelas, Edições ASA), de John Green recebeu um data de estreia mundial. Marquem nos vossos calendários, porque este filme, que quase de certeza vos fará recorrer aos kleenex, chega aos cinemas dia 6 de Junho de 2014.

  • The Maze Runner (Correr ou Morrer, Editorial Presença), de James Dasher, primeiro livro da sua trilogia do mesmo nome, tinha como data prevista de estreia o dia 14 de Fevereiro de 2014. O facto de não ser o filme mais romântico de sempre para se ver no Dia dos Namorados talvez tenha contribuído para a mudança que a FOX decidiu fazer... A adaptação tem agora o mais tardio dia 19 de Setembro de 2014 como nova previsão de chegada aos grandes ecrãs.

  • Para dia 14 de Fevereiro de 2014, mantém-se, no entanto, a estreia da adaptação de Vampire Academy (Academia de Vampiros, Contraponto), de Richelle Mead, o primeiro volume numa série de seis.

  • Bem mais próxima de nós, no entanto, está a estreia da adaptação do tão aclamado The Book Thief (A Rapariga que Roubava Livros, Editorial Presença), de Markus Zusak. Tão aclamado e requisitado pelo público, aliás, que o estúdio resolveu adiantar a sua estreia. Inicialmente previsto para 15 de Novembro, a data é agora dia 8 de Novembro de 2013.